Ministério da Fazenda apresenta conjunto de medidas para recuperação fiscal

Ministério da Fazenda apresenta conjunto de medidas para recuperação fiscal

Apresenta conjunto de medidas para recuperaçãoMinistro da Fazenda afirmou que sua equipe está fazendo uma reestimativa das receitas e despesas para 2023.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou nesta quinta-feira (12/1) um conjunto de medidas econômicas para a recuperação fiscal das contas públicas do país. As ações anunciadas têm entre seus objetivos reduzir a litigiosidade fiscal  e evitar distorções tributárias. Em entrevista coletiva realizada na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, Haddad afirmou que sua equipe está fazendo uma reestimativa das receitas e despesas para 2023.

Acompanhado das ministras do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; e dos secretários Robinson Barreirinhas (Receita Federal) e Rogério Ceron (Tesouro), Haddad ressaltou que a prioridade é reparar os problemas da gestão fiscal anterior, responsável por  medidas que não consideraram as consequências que corroem a base fiscal do ano seguinte.

Isso levou a Secretaria do Tesouro, segundo o ministro, a uma reestimativa da receita e da despesa para 2023. O objetivo, neste momento, é que o déficit primário fique entre 0,5% e 1% do Produto Interno Bruto (PIB), contra os mais de 2% previstos. Haddad informou que as receitas projetadas para este ano são de R$ 36,4 bilhões (0,34%) do PIB.

Carf

Dentro do conjunto de medidas anunciadas para a recuperação da situação fiscal, outro destaque foi a situação avaliada pela equipe econômica como insustentável no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O estoque de processos administrativos no Conselho vem oscilando em torno de 100 mil desde 2018. O valor, que girava em torno de R$ 600 bilhões entre dezembro de 2015 e dezembro de 2019, saltou para mais de R$ 1 trilhão em outubro de 2022.

Outra medida se refere à alteração do voto de qualidade no Carf, para que o governo federal tenha o voto final nas decisões do Conselho, ao contrário do que ocorre hoje. Atualmente, na hipótese de empate, o contribuinte vence o embate com a União, o que vai contra os interesses da sociedade, conforme pontuou o ministro Haddad.

Litígio Zero

Apresentado pelo governo no anúncio de hoje, o Programa de Redução de Litigiosidade Fiscal, também chamado de Programa Litígio Zero, dirigido a pessoas físicas, micro e pequenas empresas, prevê 40% a 50% de desconto sobre o valor total do débito (tributo, juros e multa) e até 12 meses para pagar (independentemente da classificação da dívida ou capacidade de pagamento). Uma das novidades é a possibilidade de utilização de prejuízos fiscais e base de cálculo negativa para quitar de 52% a 70% do débito.

O programa introduz também o fim do recurso de ofício para valores abaixo de R$ 15 milhões. A vitória do contribuinte na primeira instância encerra definitivamente o litígio. O objetivo, ao dar oportunidade para que o contribuinte regularize sua situação com o Fisco, é possibilitar a redução do volume de processos nas instâncias recursais. O período de adesão irá de 1º de fevereiro a 31 de março.

ICMS

No anúncio das medidas, o ministro também destacou que o governo federal acata a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionada à exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do PIS/Cofins. O objetivo do governo é afastar a insegurança jurídica em relação aos creditamentos. PIS e Cofins não serão calculados sobre o ICMS e, coerentemente, os créditos tampouco serão computados dessa forma, evitando-se, com isso, o duplo creditamento.

Fonte: Ministério da Fazenda